O mundo digital avança a passos largos, transformando a forma como aprendemos, nos relacionamos e cuidamos da nossa saúde mental. Mas, junto com novas oportunidades, surgem também desafios urgentes: como educar para o uso saudável da internet? Como proteger o bem-estar emocional dos jovens? E como equilibrar a rotina escolar com um mundo hiperconectado?
No Edu Summit, congresso realizado pela kedu e Sinepe-CE, essas perguntas vão encontrar respostas em um painel de peso, que uniu três olhares complementares e inspiradores. O renomado psicólogo Dr. Jair Rodrigues, a diretora e educadora visionária Bruna Lemos e o maior influenciador digital do Brasil, Whindersson Nunes.
Logo, essa combinação única provocou reflexões profundas e práticas sobre o impacto da tecnologia na educação e na saúde mental, sempre com foco nas novas gerações. O psicólogo Jair Rodrigues destacou em sua fala que a questão central da juventude é a formação da sua identidade. Ninguém consegue ser sem que passe pela relação com o outro, pela diferença.
Ele trouxe para o debate sua experiência como psicólogo, doutor em Ciências da Religião e historiador, analisando como o comportamento humano é moldado pelo contexto digital e quais estratégias podem ajudar a construir relações mais saudáveis com a internet.
“A hiperconexão se tornou para muitos jovens uma experiência de fuga, é uma fuga de si mesmo. A mesma sociedade que vive a epidemia da hiperconexão é a mesma que vive a epidemia da solidão. Há uma necessidade constante de produzirmos uma imagem que nos ofereça validação. É como se a identidade do jovem tivesse fuga no olhar do outro que valida ou invalida e isso promove, sem dúvida, muito adoecimento mental. Porque todos nós precisamos de espaços que possamos nos sentir seguros para sermos enquanto sujeitos”, reforça Jair Rogrigues.
Bruna Lemos, diretora do Colégio Maria Ester 2 e CEO da Academe Educação, une sua vivência escolar à gestão estratégica e ao olhar de mãe de adolescente para discutir como as instituições de ensino podem ser protagonistas no cuidado emocional e na educação digital. Dessa forma, ela trouxe dados cruciais para o debate, como o tempo de tela de adolescentes, que passam em médias 8 horas por dia em atividades digitais. Em contrapartida, o tempo médio de concentração dos jovens caiu para 8 segundos.
E para completar, Whindersson Nunes, comediante, youtuber, cantor e rapper, compartilhou sua vivência como figura pública e referência para milhões de jovens. Falando sobre responsabilidade, influência e os bastidores de uma vida hiperexposta nas redes. Whindersson conta que tenta passar suas vivências para outros influenciadores, hoje ele sabe como lidar com haters e como isso pode ser um fator de risco para a saúde mental. Pois você passa a acreditar em tudo que as pessoas comentam nas redes.
Ele falou ainda sobre as dificuldades de se adequar ao sistema formal de ensino e que muita coisa fez sentido após o diagnóstico de superdotação. Ele fala que isso o incentivou a participar de projetos voltados para a educação, para fortalecer esse novo olhar e novos caminhos para diferentes formas de aprendizagem.
Mais do que uma palestra, foi um diálogo entre ciência, educação e experiência real. Oferecendo ferramentas e perspectivas para que pais, professores e jovens aprendam a transformar a tecnologia em aliada do desenvolvimento humano.
Foi um verdadeiro momento de impacto, inspiração e aprendizado no Edu Summit.